30 novembro 2006

A Arte da Dança Sagrada de Gurdjieff I


O conhecimento de si
Gurdjieff pretendia investigar o que chama de "fábrica humana" sob o ponto de vista da totalidade dos seus centros (o motor, o intelectual, o instintivo e o emocional), harmonizando os diversos aspectos do ser. Neste ponto, é fundamental desenvolver o "conhecimento de si", por meio da "observação de si", o que ajuda o homem a conhecer-se a si mesmo. A maior parte da filosofia de Gurdjieff era baseada em rituais orientais, tendo ele mesmo feito frequentes alusões às práticas Derviches e a nomes de personagens conhecidos dos estudiosos do pensamento Sufi. Uma das peças musicais mais sagradas a cujos compassos se executavam "movimentos", estava dedicada aos Sayeds ou descendentes de Maomé. Para tanto, Gurdjieff não se limitava à palavra escrita, nem às danças sagradas mas também à música (mais tarde, transformadas em composições com a ajuda do seu discípulo De Hartmann. O próprio Gurdjieff auto-denominava-se de "instrutor de dança".

A sua afirmação básica e mais conhecida é de que o ser humano vive uma vida semi desperta, que chama, de forma equivocada, de vida consciente. Segundo Gurdjieff não existe uma actuação do ser humano na realidade, apenas uma cadeia infinita de reacções automáticas desencadeadas pelo próprio meio ambiente. Ele usa o termo máquina para descrever o estado do ser humano, e diz que as suas partes física, emocional e intelectual estão todas desconectadas umas das outras e isentas de qualquer tipo de comando superior, chamado por ele de um eu consciente. Ao homem seria possível desenvolver plenamente uma consciência absoluta ou consciência objectiva, mas apenas através de esforços dirigidos.

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