30 novembro 2006

A Sacralidade da Dança Oriental


Os movimentos dançantes fazem parte da rotina das mais variadas espécies de animais quando se aproxima a época do acasalamento. Talvez por isso, a dança seja, eminentemente, sexual.

As actividades humanas estão imbuídas da troca de energia sexual. Historicamente é dito que nos ritos de fertilidade surgiram as primeiras manifestações da dança. Isso está claramente ligado às práticas tântricas realizadas nos antigos Templos de Mistérios.

Essas manifestações primordiais da Arte dos Movimentos Sagrados tinham como tema os grandes tesouros da sabedoria oculta: o dilúvio que afundou o continente atlante (presente em quase todos os mitos sobre a Criação e Manutenção do mundo); o trabalho como forma de punição aos homens, que depois da queda da Lemúria foi condenado a ganhar o próprio sustento; vida, morte e ressurreição; a descida ao inferno para salvar o irmão, o amante ou o filho... Tudo isso eram os temas das danças sagradas dos primeiros arianos.

A Dança do Ventre é uma dessas antigas danças, ou o que sobrou delas... Há uma identidade comum nas danças de alguns povos da África e Ásia; a forma de Dança Oriental que surge actualmente está desprovida da sua profundidade sagrada, estando mais associada aos movimentos sexuais e às dores do parto.

Nessas antigas formas de dança estavam também presentes as Máscaras, usadas como forma de protecção e roupagem cerimonial nas invocações teúrgicas.

No Egipto iniciático, a Dança tinha carácter sagrado. A sua invenção era atribuída a Bes (conhecido nos rituais gnósticos como Bes-Na), um poderoso Deva da Natureza que usava pele de leopardo e protegia contra a feitiçaria, além de facilitar o parto. A patrona da dança era Hathor, a Vaca Sagrada, símbolo da Mãe Divina.

Os Mistérios de Osíris, o Cristo egípcio, eram cantados e dançados no Templo. Os personagens usavam máscaras e executavam gestos estipulados, sempre acompanhados por cantos e danças.

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